O teletransporte de DNA. O experimento polêmico do Ganhador do prêmio Nobel.
Luc Montagnier é um dos nomes mais proeminentes no campo da virologia, reconhecido por suas contribuições significativas para o entendimento e a luta contra doenças virais. Nascido em 18 de agosto de 1932, em Chabris, França, sua jornada científica é marcada por descobertas notáveis, sendo mais conhecido por sua contribuição fundamental na identificação do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sua pesquisa subsequente na área de HIV/AIDS.
Descobrindo o HIV
Em 1983, Luc Montagnier liderou uma equipe de pesquisadores do Instituto Pasteur em Paris, França, que fez uma descoberta que mudaria a face da medicina. Eles isolaram e identificaram o HIV, o vírus que causa a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Esta descoberta revolucionária abriu caminho para o desenvolvimento de testes de diagnóstico e terapias antirretrovirais que salvaram inúmeras vidas em todo o mundo.
Montagnier também contribuiu para a caracterização do HIV, ajudando a compreender como o vírus invade as células do sistema imunológico humano e como ele se replica, enfraquecendo gradualmente o sistema imunológico do paciente.
O Prêmio Nobel e a Polêmica
Em 2008, Luc Montagnier recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, juntamente com Françoise Barré-Sinoussi, por suas notáveis descobertas relacionadas ao HIV. Este prestigioso prêmio reconheceu sua contribuição excepcional para a ciência médica e seu impacto duradouro na luta contra a AIDS.
No entanto, a carreira de Montagnier também foi marcada por polêmicas e controvérsias. Ele se envolveu em debates científicos acalorados em torno de suas afirmações sobre a transmissão de informações de DNA através da água e ondas eletromagnéticas, que não foram amplamente aceitas pela comunidade científica e geraram ceticismo significativo.
Teletransporte de DNA
Em 2009, Montagnier e sua equipe publicaram um estudo afirmando que o DNA emitia sinais eletromagnéticos que podiam ser detectados em soluções altamente diluídas, mesmo quando o DNA original não estava presente. Esses sinais supostamente eram capazes de serem transmitidos por meio da água e, de acordo com Montagnier, poderiam conter informações genéticas.
As alegações de Montagnier sobre a transdução de informações de DNA através da água e de ondas eletromagnéticas provocaram ceticismo generalizado na comunidade científica. Muitos pesquisadores consideraram que esses resultados eram inconsistentes e não replicáveis.
O Experimento
O experimento consistiu na colocação de dois tubos de ensaio próximos, mas fisicamente separados, dentro de uma bobina de cobre. Esses tubos são expostos a um campo eletromagnético fraco de frequência extremamente baixa, de apenas 7 hertz, enquanto são isolados do campo magnético natural da Terra para evitar interferências.
No primeiro tubo, encontra-se um fragmento de DNA com aproximadamente 100 pares de base, enquanto o segundo tubo contém água pura. Após um período de tempo variando entre 16 e 18 horas, o conteúdo de ambos os tubos de ensaio é submetido à reação em cadeia da polimerase (PCR), um método frequentemente utilizado para amplificar pequenas quantidades de DNA. Este processo utiliza enzimas para gerar múltiplas cópias do material original.
O resultado mais surpreendente ocorreu durante essa etapa: o fragmento de DNA parece ter sido recuperado dos dois tubos de ensaio, inclusive daquele que originalmente continha apenas água.
No laboratório alemão foi digitalizado o DNA do vírus HIV, a corrente elétrica resultante do arquivo digital comunicado pelo laboratório foi convertida para analógica e amplificada. A corrente foi então conectada a um solenóide. Um tubo com água foi inserido no solenóide e desta forma foi submetido ao campo magnético modulado induzido durante uma hora. Em seguida, os ingredientes da PCR foram introduzidos em uma alíquota de água do tubo, e após 40 ciclos de amplificação da PCR o DNA original foi detectado, conforme mostrado por uma banda específica na eletroforese em gel do peso molecular esperado.
Esses resultados levantaram várias questões:
(1) Como uma DNA polimerase (a TAQ polimerase de uma bactéria termofílica) pode “ler” um código genético em estruturas de água?
(2) E quanto a outras DNA polimerases de células procarióticas e eucarióticas? Eles têm a mesma capacidade?
Embora ainda estivesse em seus estágios iniciais, o estudo teórico de como as estruturas da água podem armazenar informações moleculares e transportá-las por ondas eletromagnéticas desempenhou um papel crucial para a dinâmica molecular coerente na formação de nanoestruturas de água.
É importante ressaltar que a pesquisa de Montagnier nesse campo não teve um impacto significativo na ciência convencional e não foi amplamente adotada ou validada por outros cientistas.
Portanto, enquanto o trabalho de Luc Montagnier é respeitado em sua área de pesquisa original relacionada a vírus e HIV, suas alegações sobre a transdução de informações de DNA através de água e ondas eletromagnéticas não foram amplamente reconhecidas pela comunidade científica e requerem mais pesquisa e validação independente para serem consideradas legítimas.
Luc Montagnier faleceu em 8 de fevereiro de 2022 aos 89 anos.
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