O futuro define seu passado



Um experimento científico mostra que, na física quântica, o futuro define o passado. O conceito invertido de tempo se dá por conta das características de partículas minúsculas, como o fóton, uma partícula de luz. A ciência já provou há muito tempo, no teste de dupla fenda, que o fóton pode ter, ao mesmo tempo, forma de partícula e de onda. Isso foi registrado visualmente pela primeira vez no começo deste ano. O que ainda intriga os pesquisadores é em qual momento o fóton escolhe seu formato.

Buscando essa resposta, cientistas australianos realizaram um teste parecido com o feito com o fóton por Thomas Young, mas usando átomos de hélio. Diferentemente dos fótons, o átomo de hélio tem massa e, por isso, interage com campos elétricos.


A expectativa era que o átomo se comportasse como a partícula de luz, o que significa que ele teria de assumir tanto a forma de uma partícula como a de uma onda. Os átomos foram disparados em duas grelhas semelhantes criadas por laser, embora o efeito tenha sido semelhante ao de uma grelha sólida. Só que a segunda grelha só foi posta em funcionamento depois que o átomo passou através da primeira. E a segunda grelha não foi aplicada em todos os momentos, mas, sim, de forma aleatória, justamente para ver como as partículas reagiriam em cenários diferentes. 

A descoberta foi que, quando havia duas grades, o átomo passou por elas em muitos caminhos em forma de onda, mas, quando a segunda grelha foi removida, ele se comportou como uma partícula e tomou apenas um caminho.


Portanto, a forma que ele assumiria na primeira grelha dependia da segunda grelha. Não foi decidido qual seria sua forma até que ele passasse pela barreira secundária. De certa forma, o tempo anda para trás nessa situação. A relação de causa e efeito está invertida. O futuro define o passado.

“Um evento futuro faz com que o fóton decidida seu passado”, segundo o professor Andrew Truscott, que liderou o grupo responsável pelo estudo na Universidade Nacional da Austrália.


Tudo que aconteceu até que o evento quântico fosse observado e medido estava em um estado suspenso, como se o átomo não tivesse “escolhido” qual forma assumir. 

Se você achou o tema desta matéria complicado demais, você não está só. Albert Einstein já chamou a física quântica de “assustadora” e Niels Bohr, um dos pioneiros da física teórica, chegou a afirmar uma vez que “se a mecânica quântica não chocou você profundamente, você ainda não a entendeu”. 

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